A recente fuga registrada no Instituto Penal de Campo Grande ganhou repercussão no jornal O Estado e evidenciou os graves problemas enfrentados no sistema penitenciário sul-mato-grossense. Em nota divulgada à imprensa, o SINSAPP/MS (Sindicato dos Policiais Penais de Mato Grosso do Sul) alertou que situações como essa podem se repetir caso não sejam adotadas medidas emergenciais imediatas.
Segundo o sindicato, o episódio reflete um cenário de falta de efetivo, sobrecarga de trabalho e infraestrutura precária nas unidades prisionais. Com a criação da Polícia Penal, os servidores passaram a acumular funções antes atribuídas a mais de mil policiais militares, incluindo monitoramento das torres, escoltas, custodias hospitalares e vigilância interna.
O SINSAPP/MS também chama atenção para o estado estrutural do Instituto Penal de Campo Grande, que é antigo, adaptado e não oferece mais as condições de segurança necessárias. Outro fator de risco apontado é a localização da unidade, hoje cercada por bairros e comércios. “Defendemos que a urbanização no entorno de penitenciárias seja proibida, como já ocorre em outros estados”, afirma a entidade.
Além disso, o sindicato denuncia o adoecimento físico e mental dos servidores, que enfrentam rotinas cada vez mais exigentes com um efetivo reduzido. Procedimentos como liberação para trabalho, escola e atendimentos psicológicos são realizados muitas vezes sem a presença mínima de policiais penais, comprometendo a segurança.
O SINSAPP/MS reitera que tem denunciado há anos os riscos estruturais e de segurança das unidades, sem resposta efetiva das autoridades. Para o sindicato, a regulamentação da Polícia Penal e a abertura de concurso público são medidas urgentes para enfrentar o colapso.
Fonte: Assessoria