Sindicato repudia postura adotada pela Agepen para acabar com mobilização da categoria

A mobilização dos servidores penitenciários por melhoria salarial e condições dignas de trabalho e segurança, estranhamente encontrou na cúpula que administra a Agepen, o seu maior obstáculo. Sindicato enfatiza o total repudio, já que sempre lutou por uma Agepen gerida por um servidor penitenciário, e não imaginava ver pessoas da própria categoria, prejudicando deliberadamente a classe. Por isso, a forma adotada pela cúpula gerou indignação, revolta e decepção.


Pela primeira vez a entidade sindical sofreu tanta retaliação e manobras politicas para destabilizar uma ação de classe. “Em nenhum momento da nossa história, mesmo quando éramos administrados por pessoas alheias ao Sistema Penitenciário, observamos tanto empenho dos gestores para inviabilizar uma paralisação. Tínhamos consciência de que mesmo tendo um integrante da carreira na direção, ele não hesitaria em tomar medidas para dar fiel cumprimento aos pedidos formulados pelo Governo. Mas, o que não imaginávamos é que ele fosse além, e criasse uma Comissão de servidores, para cumprir integralmente as rotinas das Unidades; que junto aos diretores traçaria estratégias e alternativas para acabar com o movimento, entre elas o pedido de utilização de força policial e do Exército dentro e ao arredor das unidades para retirar os servidores que insistissem em se aproximar dos principais presídios em Campo Grande e Dourados”, destaca o presidente do Sinsap, André Luiz Santiago.


Para desestabilizar completamente a luta, os diretores de Unidades Penais encaminharam ofícios ao Judiciário informando que não tinham condições de operacionalizar as rotinas, haja vista, o grande risco de rebelião. “Será que eles não sabem que o risco de rebelião e diário já que trabalhamos sem segurança, com superlotação e um número de agentes bem inferior do necessário, porque eles não solicitam esse respaldo diariamente para que desta forma seja garantida a vida do preso e do agente que é ameaçado constantemente”, indaga o representante sindical.

 

O presidente ressalta ainda que as tentativas da Agepen de acabar com a paralisação não pararam por ai, e a Agência adotou uma postura ditadora e autoritária. “O ápice dessa busca desenfreada para acabar com a nossa paralisação foi o pedido de prisão para os dirigentes Sindicais e para os servidores em caso de descumprimento das decisões, além da imposição de multa para a entidade Sindical e para todos agentes penitenciários. Uma atitude totalmente desnecessária e tirana” enfatiza André.


Para o Sindicato devido os fatos especificados, é notório que em nenhum momento mesmo conhecendo a realidade da classe, a diretoria da Agepen pensou nos problemas, nas dificuldades, nas condições de trabalho, segurança e principalmente na valorização e reconhecimento que o servidor penitenciário merece e precisa. E que o propósito deles é acabar com a representação sindical, que em face da consciência coletiva observada na manifestação, começa a incomodar as estruturas do poder.

O Sinsap esclarece que não teve nenhum prazer em suspender a paralisação, que a decisão foi analisada diversas vezes até mesmo com auxílio da assessoria jurídica e comissão de servidores, onde se concluiu que mais sensato considerando possíveis medidas mais radicais que o governo poderia adotar, era a suspensão da ação. "Quero ressaltar a ousadia, determinação e bravura da cateogria que mostrou sua força e mesmo perante as inúmeras tentativas de desestabilizar a mobilização, se manteve unida, disposta a pagar um preço pelo direito de lutar por melhorias, mas considerando todo o cenário desfavorável o Sindicato decidiu recuar devido a possibilidade de confronto contra pais, mães, filhos e filhas, servidores que são responsáveis pelo Sistema e que não estão sendo reconhecidos e ainda corriam o risco de serem feridos, presos e  ainda mais prejudicados", afirma André. 

 

Afirma ainda que a diretoria do Sindicato, não participou de acordo, pacto ou negociações escusas com o executivo e que durante o processo de negociação, toda e quaisquer propostas do Governo, foram devidamente apresentadas para categoria nas inúmeras assembleias realizadas, e afirma que continuará a exigir dos gestores, uma nova postura. “É dessa forma, agindo com transparência, respeitando a opinião da categoria que construiremos uma Entidade Sindical forte e reconhecida. Os desafios são imensos. Mas, vamos seguir em frente lutando incansavelmente por avanços e melhorias efetivas para os servidores. A consciência coletiva que julgamos necessária para o êxito de qualquer categoria parece cada vez mais próxima. Não vamos desanimar, a luta continua’ conclui Santiago.

 

Fonte: Ascom Sinsap


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