Revoltados por não terem recebido familiares em dia de visita, os presos recolhidos na Casa de Custódia da Polícia Civil e os reeducandos do presídio de Arapiraca iniciaram um motim na manhã deste sábado. Como haviam prometido, os agentes penitenciários paralisaram as atividades e impediram as visitas aos reeducandos em todas as unidades prisionais do estado. Por conta disso, o clima ficou tenso entre os parentes, que tentavam, a todo custo, encontrar os familiares presos.
A revolta foi tão grande que muitos presos depredaram as celas e quebram as grades. Eles estão trancados e não puderam sair nesta manhã.
Os servidores em greve fecharam os portões e cerca de 50 militares do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) foram mobilizados para garantir a integridade das pessoas e evitar confrontos. Uma comissão dos agentes se reúne com a Secretaria de Defesa Social e com a Superintendência Geral de Administração Penitenciária (Sgap).
As visitas aos reeducandos aconteceriam em todos os presídios nesta manhã, a partir das 8 horas, mas o procedimento não foi feito, de acordo com o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários de Alagoas (Sindapen), Jarbas Souza. Ele explicou que as unidades não teriam segurança suficiente para garantir o serviço neste final de semana, já que os agentes decidiram paralisar as atividades.
No momento em que a reportagem da Gazetaweb fez contato com o sindicalista por telefone, ouviram-se vários gritos que seriam dos familiares concentrados à porta do presídio Cyridião Durval e Silva. Segundo Jarbas Souza, o secretário de Estado da Defesa Social, Dário César, foi pessoalmente ao sistema prisional, nesta manhã, para tentar negociar com os grevistas. “Estamos recebendo o apoio do deputado Ronaldo Medeiros, que está aqui buscando uma alternativa para o início do diálogo com a superintendência”, informou o presidente do Sindapen.
O comandante do Bope, tenente-coronel Túlio Roberto, divulgou que mobilizou duas equipes do grupo de elite da Polícia Militar de Alagoas para dar suporte no sistema penitenciário. Os cerca de 50 homens ficariam concentrados, inicialmente, na base do Canil, que fica na área prisional, de onde agiriam caso houvesse necessidade.
Os agentes decidiram em assembleia deflagrar greve para reivindicar a construção de novos módulos, realização de concursos, concessão de bolsa no valor de R$ 1 mil, além de melhorias na gerência de funções do sistema.
A assessoria da Superintendência Geral de Administração Penitenciária (Sgap) garantiu, nessa sexta-feira (9), que as visitas e entrega de alimentos estariam garantidas para este final de semana. Segundo a assessoria, os servidores do sistema iriam manter as atividades funcionando no sábado (10) e domingo (11). Entretanto, observou-se que a perspectiva da superintendência não se cumpriu.
O Sindicato dos Agentes Penitenciários de Alagoas (Sindapen) divulgou em cartilha a suspensão dos serviços de remoção e escolta de presos; escolta para consultas hospitais, salvo em casos emergenciais; visitação de parentes e advogados, com exceção aos casos de soltura; banho de sol; recebimento de compras; e assistências educacionais, laborativas e religiosas. Funcionariam, segundo eles, apenas as atividades de entrega de medicamento de uso contínuo, recebimento de presos em flagrante, ronda, guarita e vigilância.
Fonte: gazetaweb
Fonte: Diretoria de Comunicação / SINSAP/MS