Não foi desta vez que os representantes sindicais tiveram a
resposta do Governo do Estado sobre o índice do reajuste linear da categoria.
Durante o Fórum Dialoga, no fim da manhã sexta-feira (11), o Governo do Estado
deixou claro que essa é uma resposta que não vai ser divulgada antes do dia 31,
última reunião deste mês do Fórum Dialoga com o Governo.
Mais de 20 lideranças sindicais estiveram reunidas hoje com
a vice-governadora, Rose Modesto (PSDB), secretários e equipe técnica para
tratar de assuntos pertinentes à categoria. Logo no começo da reunião, Rose
pediu confiança. “Nós conseguimos manter a capacidade de gerir e conservar, coisa
que outros estados muito maiores não conseguiram”.
O Governo apresentou várias informações e gráficos sobre a receita
e as contas do Estado e um catálogo com várias demandas que vêm sendo
questionadas por diferentes sindicatos e federações do funcionalismo público.
Porém, o assunto mais importante e aguardado pelo Sinsap/MS e pelo Fórum dos
Servidores não foi respondido – o reajuste linear.
“É arriscado dizer um valor hoje diante de tudo que foi
colocado porque as contas do governo estão aí. Nós estamos numa crise, isto é
um fato”, comentou o secretário de Estado de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel, ao
ser questionado sobre o tema.
Para o presidente do Sinsap/MS, André Luiz Garcia Santiago,
essa é mais uma demanda que se arrasta com o governo. “São demandas essenciais
para o agente penitenciário, por exemplo, que tem exercido sua função de
maneira extremamente precária. Nós vamos marcar uma assembleia, depois do dia
31, para encaminhar as deliberações do governo e a categoria decidir o que será
feito daqui por diante.”
O encaminhamento do Governo sobre o reajuste dos servidores
deixou sindicalistas preocupados com a reação dos servidores. “Saio hoje daqui
bastante preocupado e temeroso com tudo o que foi apresentado. O que vamos
levar para as categorias em suas assembleias?”, desabafou o presidente da
ABSSMS (Associação Beneficente dos Subtenentes, Sargentos e Oficiais oriundos
do quadro de Sargentos Policiais e Bombeiros Militares do Mato Grosso do Sul).
Durante a reunião, o Governo foi questionado sobre a matéria
publicada, também nesta sexta, pelo Correio do Estado. Segundo o jornal, “o
governo do Estado estuda conceber abono salarial para os servidores neste ano.
A proposta seria conceder porcentuais diferenciados de acordo com as
remunerações salariais das categorias”. Ainda de acordo com o Correio, em
alguns casos, os ganhos podem chegar a 10%. A justificativa, conforme publicado
pelo Correio do Estado, “seria uma forma de assegurar acréscimo na remuneração
dos funcionários, sem onerar tanto os cofres públicos, pois, diferentemente do
reajuste, o abono não incide sobre cargos tributários e trabalhistas”.
Ao ser pressionado pelas categorias sobre um suposto
vazamento de informação privilegiada, Riedel respondeu que todas as
possibilidades estão sendo avaliadas. “Infelizmente a gente tem que fazer o que
é possível, não o que a gente quer.”
“Vocês têm informação, estão em uma posição confortável que
nós não temos”, rebateu o presidente da Aduems (Seção Sindical dos Docentes da
Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul), André Martins. “O Estado de Mato
Grosso do Sul está numa situação atípica porque a nossa base econômica é de
commodities (soja, milho, carne), produtos primários e outros estados são
baseados em indústria e esses sim estão em crise, mas o nosso não.”
Reajuste linear
“Hoje nós estamos discutindo a data base e não vou discutir
lei aqui”, enfatizou o secretário da SAD (Secretaria de Administração e
Desburocratização), Carlos Alberto Assis. Apesar do Fórum dos Servidores ter
até encaminhado ofício pedindo uma resposta, o tema ainda é um grande tabu
entre Governo e representantes sindicais.
Segundo Assis, que apesar de dizer que está proibido de
falar do governo anterior, ele tem dados que apontam que há um vasto calendário
de bondades realizadas no passado. “Acho que aqui começa o grande diálogo. Não
vamos para o embate. Nós queremos conversar, dialogar para chegar ao bem comum
de todos aqui.”
O presidente do SINTSS/MS (Sindicato dos Trabalhadores em
Seguridade Social no Mato Grosso do Sul), Alexandre Costa cobrou celeridade
sobre o assunto. “Nós estamos sob a pressão do servidor que aguarda por um
número do governo. No dia 31, a gente precisa, pelo menos uma celeridade em
relação ao índice.”
Assis ressaltou que a crise pode ter consequências piores,
visto o que têm acontecido em outros estados do país. “Não podemos pensar, nem
sequer sonhar em parcelar salários, deixar de pagar dia 1º, extinguir cargos
porque a crise que aí está passa por tudo isso, mas nós queremos discutir
avanços, melhorias, cumprir a nossa obrigação de no dia 1º, o salário estar na
conta do servidor.”
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