Às dezesseis horas (16h00min), do dia
26 de junho de 2015, o Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária
de Mato Grosso do Sul (SINSAP/MS) realizou a Assembleia Geral Extraordinária,
conforme previsto no Estatuto SINSAP/MS – Capítulo II, artigo 7º parágrafo 2º,
artigo 8º letra A e artigo 10º, cujo teor propunha deliberar sobre: A)
Apresentação das ações desenvolvidas pela diretoria; B) Votação para indicativo
de greve ou padronização das atividades dos servidores nas unidades penais.
O
presidente do Sinsap, André Santiago apresentou, aos servidores penitenciários,
o estudo técnico, realizado em complemento às reinvindicações da categoria e o andamento das negociações sobre a reorganização de cargos, salários
e carreira dos Agentes Penitenciários encaminhadas com excelentíssimo
Secretário de Estado de Governo e
Gestão Estratégica – Eduardo Riedel. O relatório formulado e encaminhado ao governo demonstra
à defasagem salarial da carreira, em proporção a elevação do salário mínimo, as
incoerências jurídicas, por exemplo, a transformação do salário base em
subsídio a partir da aprovação da Lei 4.490/2014, contudo, revogando o anexo XXXIX da Lei 4.350, de 24 de maio
de 2013, que dispõe sobre a revisão geral e reajuste setorial (índice de
correção de distorções), com referência a 01 de dezembro de 2014, fato que
impediu a atribuição do índice de reajuste já conquistado à categoria.
O
presidente do sindicato apresentou também, comparativo da carreira Agente
Penitenciário, com demais cargos e carreiras da segurança pública em MS, a fim
de evidenciar a desproporcionalidade entre as carreiras e seus respectivos
vencimentos. Por fim, apresentou à proposta
de alteração e valorização de Cargos, Salários e Carreira Segurança
Penitenciária entregue ao governo do estado, com exposição de tabelas
explicativas sobre a redução de Classes e níveis da Carreira, de modo, a
valorizar o servidor penitenciário.
Em
seguida expôs o posicionamento do governo do estado, que persiste em
procrastinar as pautas reivindicatórias, como demonstra o Ofício SEGOV/MS/N.
548, de 22 de junho de 2015 com a seguinte redação: “[...] em atenção aos
pleitos dos servidores representados por esse Sindicato, dirijo-me a vossa
senhoria para informar que, até o final de julho será concluído levantamento
das solicitações [...]”, assinado pelo Exe. Secretário Eduardo Riedel.
O presidente demonstrou, inclusive, aos
servidores o histórico das demandas e negociações, constantemente
procrastinadas, porém, documentadas
pelo Ofício, nº 012/2015 e apresentada ao Exe. Senhor Governador
Reinaldo Azambuja, em 13 de fevereiro de 2015 e reapresentada posteriormente,
pelo Ofício nº 014/2015, que a tratou no item V, sobre a alteração da
Lei 4.490/2014, em 23 de fevereiro de 2015 e pactuada em reunião ocorrida
entre SEJUSP/MS e SINSAP, sob a direção do Exe. Dr. Sílvio Cesar Maluf – Secretário
de Estado de Justiça e Segurança Pública e, por fim, em Ofício SINSAP nº
28/2015, de 04 de março de 2015, dentre outros.
Posteriormente,
o presidente do SINSAP deu início à votação da assembleia, a qual resultou na
aprovação na padronização das atividades dos servidores nas unidades penais a partir de 30 de julho de 2015. Na
ocasião, a categoria optou pela padronização das atividades. “Agora, vamos
aguardar o desfecho das negociações e atender o prazo solicitado pelo governo
até o final do mês de julho, entretanto, depois desta data, se não obtivermos
um posicionamento favorável à categoria, daremos início a padronização das
atividades dos servidores nas unidades penais e convocaremos outra Assembleia
Extraordinária para novas deliberações da categoria”. Analisa Lorival Mota,
vice-presidente do SINSAP.
A
padronização acarretara no cumprimento das recomendações e previsões legais,
atos resguardados pela legislação, dentre elas, resguardar a segurança do
trabalhador penitenciário. Será considerada a recomendação da Organização
Internacional do Trabalho (OIT), a qual é perseguida pelo Conselho Nacional de
Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), referente
à quantidade mínima de (um) agentes penitenciários por grupo de (cinco)
indivíduos em privação de liberdade.
Os
serviços relacionados aos atendimentos em unidades prisionais serão
desenvolvidos observando a segurança e a integridade física do servidor
penitenciário. Na atualidade, em MS, a proporcionalidade é de 50 (cinquenta)
presos para cada agente penitenciário da área de Segurança e Custódia, por
exemplo. Assim, “o intuito da padronização é demonstrar ao governo os esforços
sobre humano dos Agentes Penitenciários, inclusive, com altíssimo risco de
morte em prol do funcionamento dos serviços essenciais da AGEPEN”, explicou o
presidente do Sinsap, André Luiz Santiago.
O exercício da função de agente penitenciário é reconhecido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), como a segunda profissão mais perigosa entre as catalogadas no mundo do trabalho. Essa informação é superdimensionada ao confrontarmos com a nossa sobrecarga de trabalho, produzida, em um contexto de baixos salários, insuficiência de servidores e, também, na ausência de condições mínimas de trabalho, fato que agrava o risco de morte.
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