O SINSAP/MS, desde janeiro deste ano, tem feito diligências em unidades de saúde e hospitais para apurar denúncias sobre a falta de estrutura na custódia hospitalar onde muitos Policiais Penais estão realizando essas custódias sem EPIs e até sem armamento. Este tipo de trabalho passou a ser responsabilidade dos policiais penais desde a criação da Polícia Penal em Mato Grosso do Sul.
Durante as diligências, o SINSAP/MS averiguou que até mesmo máscaras de proteção não têm sido fornecidas para os policiais penais, que chegam a levar detentos com doenças respiratórias transmissíveis para hospitais, como ocorreu recentemente em Campo Grande.
Para minimizar os riscos o SINSAP/MS chegou a comprar caixas de máscara para disponibilizar aos policiais que estavam escalados para essas custódias hospitalares.
Os problemas, porém, vão além e, devido à falta de estrutura, colocam toda a população sul-mato-grossense em risco. O SINSAP/MS verificou que chega a faltar viaturas oficiais para locomoção dos servidores e até mesmo armamento.
“É importante ficar claro que são presos. Muitas vezes, o policial penal escalado para a custódia hospitalar sabe sequer o grau de periculosidade do condenado. Tivemos casos do policial penal estar com colete vencido e ou sem colete. Isso não pode continuar acontecendo, são situações sensíveis que deixam o sistema, o policial e a população extremamente expostos a riscos", salienta o presidente do SINSAP/MS, André Santiago.
Desde que a atividade foi absorvida pela Polícia Penal, o SINSAP/MS tem defendido a reciclagem dos servidores, o que não ocorreu até então. Foi constatado que policiais penais chegam a usar o próprio carro para se deslocar dos presídios até as unidades de saúde; quando há troca de plantão na custódia hospitalar não tem um local para recebimento da arma acautelada, o que faz com que a arma e munições sejam manuseadas, na maioria das vezes, dentro do próprio quarto da internação, colocando em risco a vida do detento e das equipes de saúde. Em alguns casos, os servidores também são obrigados a fazer as refeições dentro do quarto de internação.
“Constatamos que o policial penal tem sido desrespeitado pela gestão prisional. Nós já procuramos a Agepen no ano passado para relatar problemas recebidos por meio de denúncias. Neste ano, o SINSAP/MS foi fazer as diligências e constatou que os problemas não só continuam, como aumentaram. Enquanto isso, não recebemos nenhuma resposta da Agepen”, destaca Santiago.
O Sindicato enviou um novo ofício relatando os problemas constatados durante as visitas às unidades de saúde da Capital. O documento foi encaminhado ao diretor-presidente da Agepen e também ao secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública. O SINSAP/MS também vai procurar o MPE para formalizar a denúncia.
Fonte: Comunic.Ativa Assessoria de Imprensa