“É lamentável, revoltante que uma pessoa tire a vida de um pai de família em pleno trabalho, sem se quer dar condições de defesa, e pegue apenas oito anos de reclusão.. É esse o respaldo que o poder publico nos dá, a vida do servidor vale somente oito anos de reclusão? Esta situação é lastimável”, indaga o presidente do Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul, André Luiz Santiago, sobre o caso do julgamento de Rafael Gomes Gonçalves, condenado apenas a oito anos de prisão por matar o agente penitenciário Hudson Moura da Silva, durante o serviço em outubro de 2011.
André ressalta ainda, que essa situação só aumenta o sentimento de insegurança para os agentes. “Trabalhamos em situação desumanas e para desenvolver o nosso trabalho colocamos a nossa vida em risco todos os dias.. Além da precariedade nos equipamentos de segurança, agora o resultado desse julgamento nos deixa ainda mais receosos em relação as nossas vidas”, afirma.
Em uma postagem em sua rede social na tarde desta quinta-feira (23) a viúva Gislaine Moura, se diz decepcionada com o julgamento. “Triste é ver policiais e agentes terem sua honra, integridade manchada por inverdades e serem vítimas de um sistema falho em que afeta diretamente os servidores, que tem suas vidas ceifadas e banalizadas desta forma”, desabafa.
Um companheiro de trabalho de Hudson fala do sentimento e a sensação de impunidade. “É revoltante, é difícil até de falar, o Hudson foi o primeiro companheiro que perdemos em serviço aqui no semiaberto, mas infelizmente não foi o ultimo, pois este ano essa triste realidade se repetiu com o nosso amigo Carlos Augusto. “O sentimento é um misto de impunidade com insegurança. É inaceitável, que tirem vidas dos companheiros em pleno plantão e que não haja um rigor na punição. A sensação é que a vida do servidor esta banalizada”, relata o servidor ao lembrar do caso ocorrido em fevereiro deste ano, em que outro agente do Estabelecimento Penal de Regime Aberto foi assassinado a tiros na Capital durante plantão. Carlos Augusto Queiroz de Mendonça, 44, foi morto por um homem encapuzado. O crime também foi feito por vingança e ocorreu quatro anos após a morte de Hudson.
Conforme a denúncia do MPE (Ministério Público Estadual), Rafael e Adriano José Lopes Moura mataram o agente penitenciário Hudson, por vingança. O primeiro tentou entrar com três telefones celulares no Estabelecimento Penal de Regime Aberto e Casa do Albergado, na Vila Sobrinho, mas foi flagrado e teve os produtos apreendidos. Adriano seria um dos beneficiados.
Nesta quinta-feira, só Adriano compareceu ao julgamento. Rafael continua foragido e teve a prisão preventiva decretada pelo juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Carlos Alberto Garcete.
O júri absolveu Adriano da acusação de homicídio. Já Rafael foi considerado culpado pela morte do agente. Ele foi condenado a seis anos de prisão e teve a pena agravada pelos antecedentes criminais. A punição definitiva ficou em oito anos de reclusão.
Fonte: Assessoria Imprensa- Karen AndriellyGALERIA
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